quarta-feira, dezembro 26, 2007

Paulo Estalagem POEJO

Estamos no Natal, pois então. Época de bacalhaus, polvos, leitões e perús.. mas nao vou falar de nenhum guarda redes :)
Mas Natal faz lembrar .. SPOOOOOOOORTING!!

Por isso, por que não falar de um belo perú sportinguista?

Um senhor jogador do meio campo português, mais um da "cantera" leonina. Da cantera que dá grandes jogadores, mas também grandes decepções.
Paulo Estalagem Poejo foi de facto uma promessa. Mas não passou disso...
Em 1992 fazia parte do plantel sénior do Sporténg e prometia muito. Estranho deste ano terem saído jogadores como Andrade, Porfírio, Paulo Morais.. todos jogadores de nome conhecido, mas que nao passaram de carreiras médias.
Poejo.. poejo vem de que origem semântica?

Da família Lamiaceae, é uma perene cespitosa de raízes rizomatosas que cresce bem em sítios húmidos ou junto de cursos fluviais, onde pode ser encontrada selvagem entre gramíneas e outras plantas.
Os seus erectos talos quadrangulares, muito ramificados, podem chegar a medir entre 30 a 40 cm. As folhas são lanceoladas e ligeiramente dentadas, de cor entre os verdes médio e escuro. Dispõem-se opostamente ao longo dos talos. As diminutas flores rosadas nascem agrupadas em densas inflorescências globosas.

O poejo atua como digestivo, expectorante e antiespasmódico.

"Pois, grande Poejo"... dirá o sr . blogóespectador. Tal como disse Mário Wilson, Carlos Manuel, Vitor Manuel, Fernando Santos e o grande Zé Couceiro.
Engraçado é que Poejo passou os últimos anos da carreira a fechar clubes. Primeiro jogou no Campomaiorense. Mas este clube do Sr. Nabeiro fechou portas.

De seguida pensou: " Ò, e se eu fosse para um clube estável e que promete lutar por um lugar nas grandes equipas portuguesas?" E de facto rumou do Futebol Clube .. de Alverca.

Alverca foi o último clube pelo qual passou, fechando aí o clube e também a carreira..

Será que Poejo desestabiliza completamente os clube por onde passa? Fica a dúvida..

Actualmente é sócio de uma empresa de reparações mecânicas!! Um excelente destino, uma vez que Poejo parecia especialista em quebrar motores de equipa, desalinhar direcções de passe e acelerar a fundo rumo ao banco.
Para o fim a frase mais usado pelos treinadores acima citados..

"Poejo Poejo... quando é que te vejo?"

sexta-feira, dezembro 14, 2007

I Will Survive

Longe da vista, longe do coração.

Ou talvez não. Há personagens que nos servem a sopa que aquece a barriguinha e o peito, mesmo quando não dispõem de colher para o efeito.
Ricardo
, o keeper, é uma delas. Quando procurou o exílio para terras de Cervantes e Míner, milhões de almas suspiraram por nada poderem fazer para o impedir.

Afinal, tinhamos acabado de perder o nosso sorriso colectivo enquanto Nação.

Quem ligaria agora para a Sport TV a queixar-se de críticas injustas em directo?
O Stepanov? Nem fala português!
O Bergessio? Para isso era preciso que a caixa de cartão onde vive à porta do estádio tivesse uma tomada para a TV.

Quem faria agora um desenho de uma pata de doberman no cabelo, alegando que "tal como eu, o doberman é um animal muito injustiçado"?
O Gladstone? Não tem cabelo suficiente!
O Binya? Está proibido de entrar em estabelecimentos públicos.

O ponto de situação era negro. As saídas a cruzamentos já não nos criavam uma dose de expectativa similar ao lançamento de mais um álbum de Jon Secada. Era tudo uma pasmaceira.

Aquela familiar voz de cana rachada já não ecoava doucement nos martirizados canais auditivos da populaça. A formação de barreira na marcação de um livre tornou-se numa formalidade tão banal quanto uma tentativa de finalização frustrada(íssima) por parte de Renivaldo Pereira de Jesus.

Oh alegria, porque nos abandonaste? Quais orfãos vagueando descalços pela negra estrada de uma qualquer noite, sentiamos a dor que Santa Clara sentiu quando Klevis Dalipi, Youssef Nader e Sadjó Baldé abandonaram os Açores. Profunda e perfurante.

Mas eis que recebemos uma injecção anestésica, uma infusão de alívio instantâneo por via do lisboeta pasquim "Record", a qual passo a transcrever:

"Ricardo, guarda-redes do Betis, revelou que aguentou os últimos minutos da partida com o Villarreal apesar de lesionado, ao lembrar-se da versão espanhola do tema de Gloria Gaynor "I will Survive", que durante toda a semana de preparação serviu de inspiração para a equipa. "Recordei-me da canção e decidi aguentar para ajudar a equipa", contou o internacional português que têm queixas num adutor(...)"

OK. Giro. Podemos abordar isto de várias formas.

É certo e sabido que o supracitado tema é um Hino gay. Vamos gozar o Ricardinho por causa disso? Claro que não, coitado. Seria fácil demais.
De igual forma demasiado fácil seria imaginar o homem a cantar aquilo com o vozeirão efeminado que todos conhecemos. Mas iriamos entrar outra vez no domínio da bicheza, e não queremos isso, certo?

Pois...vamos então simplesmente classificar o gosto musical do guardião de "extremamente parolo" e deixar o restante gozo e achincalhamento ao critério do freguês.

Porque o que é fácil demais não oferece desafio algum.

domingo, dezembro 02, 2007

Kwame, o Globetrotter

Velocidade, destreza e um penteado porreiro. Assim se pode resumir a carreira de Kwame Ayew de uma penada apenas.

Ainda há questões interessantes como o facto de ter jogado em três continentes e doze clubes diferentes, mas a piada aqui está mesmo no seu potencial cromífluo. Ah, e no facto de alguns media lhe chamarem "Kwame Ayew", enquanto outros preferiam "Ayew Kwame", o que nos leva a pensar o que seria da 1ª Liga com um Brandão Marlon, Pinto Vieira João ou Hadrioui El. Pelo menos o Missé-Missé e o júnior portista André André (filho do ex-carregador de piano António André) passam totalmente incólumes ao lado desta polémica.

Kwame começou a carreira ao mais alto nível (?) no Africa Sports, colosso costa-marfinense de onde Rashidi Yekini partiu para o Sado. Cedo deu nas vistas pela sua inegável qualidade e potencial, e rumou para França, caíndo no FC Metz. Ou foi isso, ou uma cunha metida pelo irmão Abedi Pelé, um dos melhores jogadores Africanos de sempre, que curiosamente jogava em França na altura. Ele há coincidências...

Arrivado a Metz sob uma névoa sebastiânica de proporções kwamescas, Ayew confirmou as imensas expectativas de ineptude que rodeavam a sua chegada e foi expatriado com relativa velocidade para a Arábia Saudita. Lá se foi o sonho de partilhar um T4 com o irmão e um grupo de dançarinas eslovacas.

Ao fim e ao cabo, a sua estadia no Al Ahli foi importante para ganhar experiência futeboleira, sendo que o nosso amigo viveu aos 19 anos uma situação que os restantes jogadores só costumam viver aos 38. Precisamente: jogar no Al Ahli. Ora, o velocíssimo jovem Kwame actuando numa Liga onde a média de idades deverá rondar os 63 anos só significa uma coisa: croquetes! Ups. Peço desculpa. Estou com fome. Na verdade, a palavra que queria utilizar era "perigo". Com Ayew em campo, defrontar o Al Ahli significa para os adversários o mesmo que comer no restaurante do Barbas. Medo. Muito medo.

Vinte e dois jogos e catorze golos depois, o africano regressa a um grande País de futebol: a Itália de Emanuele Pesaresi. No Leça (perdão, Lecce) Ayew viveu um momento completamente Luiscampesco - em duas épocas acompanhou a sua equipa da Série A até à Série C. Não terá sido concerteza pelas suas exibições, nem pelo seu penteado a imitar o Yannick Noah, pois o ganês somou o excelente pecúlio de sete golitos em quase quarenta jogos.

Tal demonstração de força e virtuosidade só poderia levar Kwame Ayew a um local: Leiria, obviamente. Onde...desceu de divisão, pois claro. Começamos a detectar um padrão na carreira do homem. Mas ainda assim, o felino ganês chamou a atenção de um emblema onde pontificavam Deuses como Matias ou o guardião Sansone, o Vitória de Setúbal. Perante uma doce oportunidade de imitar o trajecto de Rashidi Yekini do Africa Sports para o Sado (se bem que com 32 clubes pelo meio), o célere avançado nem hesitou.

Em apenas uma época em Setúbal (96/97) fez tantos estragos quanto o Manuel Subtil numa casa de banho da RTP. E com muito mais estilo do que este. Pelo menos, em vez da barba sebosa e aspecto de primata, Kwame passeava orgulhosamente uma frondosa cabeleira pós-modernista, que lhe granjeou fama de Teddy Boy por essa Arábia Saudita fora.

Como é seu timbre, o homem não conseguiu ficar parado muito tempo, e passado uma época subiu mais um degrau na carreira. Desta feita para um certo clube, cujos maillots fazem lembrar toalhas de mesa de restaurantes italianos. Na fase pré-campeão, o Boavista construia uma equipa altamente ambiciosa, que precisava de um artilheiro à altura. Encontrou-o no nosso ganês preferido (depois de Nii Lamptey, claro). Já havia Alfredo na baliza, William Quevedo na defesa, Conthé no meio-campo e Wouden, Martelinho e Jacaré no ataque. Com Ayew, o Boavista alcançou um bonzinho 6º lugar, ao que se seguiu um histórico vice-campeonato na época seguinte, com o irmão de Abedi Pelé em grande plano. Um pecúlio de 15 golos a responder a cruzamentos de Martelinho que lhe valeram o passo maior da sua carreira.

Alvalade. Em plena hegemonia do FC Porto Pentacampeão de Jardel e Alejandro Diaz, arrivou em Lisboa com o intuito de ser o melhor marcador do campeonato e devolver a glória perdida ao clube de De Franceschi. OK, foi uma aposta extremamente optimista dos dirigentes leoninos, mas quem sou eu para questionar? Apenas mais um que nunca achou piada nenhuma ao Badaró. A verdade é que o verde voltou mesmo a ser cor de vitória, passados 18 anos de seca. O mérito? Completamente direccionado para o colo de Ayew Kwame.

O problema é que a glória também tem o seu peso. Não estando habituando a jogar com a pressão inerente à defesa de um título, o ganês decidiu que iria continuar a infernizar a vida de Mário Jardel. Este saira do Dragão para a Turquia, logo, Ayew decidiu que seria uma excelente career move. Porque não confiar na capacidade de julgamento de Jardigol, esse jovem tão ponderado?

Talvez porque o ponta-de-lança brasileiro tem discernimento idêntico ao Soares Franco após jantar (Queiróz dixit). De qualquer forma, o nosso ladino amigo ficou a saber disso inequivocamente. Após dois anos na Turquia molhando a sopa ao serviço de Yozgatspor e Kocaelispor, respectivamente, concretizou um sonho de infância: jogar na China. Primeiro no Changsha Ginde, depois no Inter de Xangai, onde foi o melhor marcador da prova. Toma lá, Jardel. In your face, bitch.

Porém, no final da sua aventura asiática, já calvo e com consciência que a sua carreira estaria mais putrefacta que a dentição de Almerindo Marques, o agora veterano globetrotter tomou a decisão certa.

Em 2006/07, tentou (mais) um "yekini" e regressou à casa que o viu nascer. OK, admito que Ayew não terá nascido em Setúbal, mas o gato dele sim. O pequenito Tinkler, sempre travesso nas suas brincadeirinhas com novelos de lâ. Porque se chamará assim, não sei. O regresso, por sinal, até foi engraçado. Marcou uns golitos e tal, incluíndo uma ignóbil traição ao seu ex-patrão de xadrez (num apimentado frango do porteiro de discotec...guarda-redes William) e uma facada nas costas da União de Leiria, outra ex-entidade patronal. Ingratidão pura.

Não há por aí alguém que lhe vá gritar qualquer coisa do estilo "não cuspas no prato onde comeste"? Suponho que não. Isso seria perfeitamente estúpido.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...